No cinema, elas tiveram um boom na década de 90, com vários filmes entre as maiores bilheterias na época. Alguns atores e atrizes de Hollywood ficaram, inclusive, marcados como os reis e rainhas desse estilo. Mas a grande questão é, será que as comédias românticas continuam fazendo sucesso? Para saber mais, continue lendo esse artigo, conheça um pouco mais sobre esse gênero de filme e confira algumas dicas de comédias românticas para ver!
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Definição básica: o que são as comédias românticas?
A comédia romântica não pode ser definida, como nada além de um gênero marcado por elementos da comédia além do romance. Em seu ponto focal, um ou mais casais devem estar inseridos. Normalmente, o casal principal se conhece de forma cômica e charmosa. Eles fazem parte de um universo diferente e em algum momento do filme, passam por alguma barreira que faz com que se separem, para no final, ficarem juntos.
Essa é uma das fórmulas mais usadas nos filmes, especialmente, nos Hollywoodianos. Todavia, vale ressaltar que existem alguns pontos “fora da curva”, muito bem escritos e saindo fora do clichê acima.
Surgimento
A comédia romântica nasceu muito antes do cinema. William Shakespeare é considerado o pai do gênero e seu clássico Sonho de uma Noite de Verão é até hoje usado como modelo e inspiração para grande parte das histórias. Shakespeare criou uma série de pilares que são seguidos até hoje na criação do plot do estilo de filme.
Na era de ouro de Hollywood, a comédia romântica seguia a equação: homem conhece mulher, eles se apaixonam, brigam e por algum motivo do destino se reencontram e ficam felizes e juntos para sempre. Grande parte dos filmes da época foi dirigida por alguns dos diretores mais respeitados da história do cinema, como Billy Wilder e Howard Hawks, por exemplo.
A revolução sexual no cinema
Com a chegada das décadas de 60 e 70, a visão do valor de relacionamentos monogâmicos como um objetivo importante na vida, mudou. O papel da mulher foi revolucionado e a criação da pílula anticoncepcional permitiu que as pessoas pudessem ter mais liberdade nos relacionamentos, consequentemente, o número de parceiros sexuais aumentou.
E com o cinismo em relação ao mundo romântico em alta, as comédias românticas tornaram-se uma espécie de carne de segunda – material feito para mulheres que são “tolas e sonhadoras” e que ainda acreditam em contos de fadas, com príncipes encantados. Não apenas estigmatizado por homens, mas também por parte de algumas mulheres modernas que consideram o romantismo hollywoodiano, como algo também antiquado e fútil.
Anos 80: um novo boom das comédias românticas
A década de 80 foi o renascimento das comédias românticas. Um novo público-alvo foi escolhido como a “bola da vez” e isso permitiu que o gênero ganhasse muitos títulos ao longo da década. Os adolescentes estavam representados nas telas, de formas diversas e a garota-propaganda foi a atriz, Molly Ringwald, ruiva e com uma beleza comum, ela representava muito bem as garotas “normais’ da época.
Nessa década podemos destacar como as principais bilheterias de sucesso de comédias românticas:
Gatinhas e gatões (1984) com Molly Ringwald
Samantha Baker tem um péssimo “sweet sixteen” – equivalente aos nossos 15 anos, quando sua família esquece-se de dar os parabéns, por estarem atrapalhados com a festa de casamento da irmã mais velha de Sam. Além disso, o garoto esquisito da escola fica no pé dela e o “crush” por quem ela é apaixonada, está com a loirinha mais popular do colégio.
A Garota de Rosa Shocking (1986)
Mais um clássico com Molly. Andie Walsh é uma garota pobre que estuda em um colégio de elite e é, também, apaixonada por Blane (Andrew McCarthy), o riquinho e popular. A película é marcada por desencontros, um vestido cor de rosa e a festa do baile de formatura.
Namorada de Aluguel (1987)
Ronald Miller, o garoto esquisito e esnobado da escola, tem uma ideia genial para ficar popular: pagar para uma das garotas mais populares da escola para fingir ser sua namorada. Ela topa e o plano dá certo. Claro que os dois se apaixonam.
Dirty Dancing (1987)
Um dos filmes mais famosos da lista. A jovem Baby fica decepcionada quando descobre que seus pais passarão o verão ao lado dela em um resort na região de Catskills. Mas sua sorte muda quando conhece o instrutor de dança do lugar (Patrick Swayze) um rapaz com um passado bem diferente do dela. A música “I have the time of my life” também contribuiu muito com o sucesso do filme.
Feitos um Para o Outro (1989)
Feitos um Para o Outro (1989) – Conta a história do casal de estudantes vividos por Meg Ryan e Billy Cristal. Eles se conhecem durante uma viagem à Nova York e viram amigos. Os anos passam, cada um leva sua vida, mas aos poucos eles vão se reencontrando casualmente e se descobrindo apaixonados um pelo outro.
A consolidação da mulher independente e o reflexo disso nas telas
Já na década de 90, o cinema americano focou suas comédias românticas para a vida de mulheres independentes nas grandes metrópoles, cada qual realizada em um campo da vida, mas inevitavelmente solitárias no amor.
Algumas atrizes de Hollywood ficaram marcadas nas comédias românticas, nessa época, por fazerem repetidamente papéis com esse perfil. De Meg Ryan com seu perfil doce e sonhador, passando por Julia Roberts com seu jeito mais moleca, ou até mesmo Sandra Bullock de um humor mais melancólico – todas, a seu próprio modo, arrebataram uma geração apaixonada pelos filmes românticos que assistiam na TV.
Uma Linda Mulher (1990)
Passando como Uma Linda Mulher (1990), o grande sucesso de bilheteria do gênero na década ou grande ganhador de Oscars Shakespeare Apaixonado (1998) – o mais premiado pela crítica nesse período, a década de 90 foi a década mais expressiva em termos de títulos de comédias românticas lançadas. Confira alguns que foram mais marcantes na época:
O casal das comédias românticas
Impossível falar sobre comédias românticas dos anos 1990 sem citar o casal 20 da década: Tom Hanks e Meg Ryan. É tanto que foram duas produções em quase cinco anos.
Sintonia de amor (1993)
Tem uma das histórias mais adoráveis do cinema romântico da década, na qual o casal principal mal contracena, mas o tempo todo emana uma química única. E que guarda uma grande surpresa para o final.
Mensagem para Você (1998)
Da mesma direção de Sintonia de Amor, usa inteligentemente a química entre o casal de atores, sendo uma película mais adorável na qual ambos personagens se comunicam através da internet, com músicas em comum na trilha sonora, e o plot do casal que se apaixona sem de fato se conhecer.
Interessante mencionar que esses dois filmes sobreviveram apenas do amor no sentido mais ingênuo do cinema americano, com o beijo do casal principal acontecendo apenas na última cena.
A atriz Julia Roberts
Outra atriz marcada pela ascensão da comédia romântica na década foi Julia Roberts. A atriz estrelou cinco comédias românticas, sendo três delas com sucesso de público. A mais famosa de todas foi Uma Linda Mulher, em 1990. Mas há outras muito importantes a destacar:
O Casamento do Meu Melhor Amigo (1997)
Ao interpretar uma protagonista atípica, que em muitos momentos age como vilã da história, Roberts esbanja carisma ao tentar recuperar o amor de seu melhor amigo, que está de casamento marcado. As falcatruas que Julianne (Julia) trama para impedir o casamento sem deixar transparecer suas verdadeiras intenções dá origem a um show de humor.
Um Lugar Chamado Notting Hill (1999)
Will (Hugh Grant) é dono de uma livraria especializada em guias de viagem. Em um belo dia, recebe a inesperada visita de uma cliente muito especial: a estrela de cinema americana Anna Scott (Roberts). Depois de três encontros mais tarde, Will e Anna iniciam um relacionamento tenro, engraçado e cheio de idas e vindas.
As comédias românticas dos anos 2000
A mudança de milênio não atrapalhou muito o gênero, que permaneceu fazendo sucesso, agora com a fita VHS saindo de cena para entrada do DVD. Já no final da década o Blu-Ray, de fato, permitiu muito a melhoria de imagens e som, coincidindo com o sucesso de bilheterias de filmes de ação e super-heróis.
Dentre as personalidades e seus trabalhos nas comédias românticas a destacar nessa época, há Drew Barrymore, Jennifer Aniston e Reese Witherspoon, mas há sem sombra de dúvidas outras que brilharam e muito. Uma diretora também se destacou nessa época: Nancy Meyers, com muitas produções no curriculum.
Drew Barrymore
Como se fosse a primeira vez (2004)
Como se fosse a primeira vez (2004) é uma grata surpresa, revelando-se uma das melhores histórias já feitas em “comédias românticas”. Henry (Adam Sandler) é um veterinário no Havaí que não se envolve com ninguém até conhecer a mulher de seus sonhos, Lucy (Barrymore). Porém o que ele não imaginava é que ela tem memória de curto prazo. E agora?
Letra e Música (2007)
Um astro da música pop dos anos 80 (Hugh Grant) que está tentando ressuscitar sua carreira conhece uma parceira talentosa (Berrymore) para compor uma música. O que eles não imaginavam que essa parceria poderia resultar em algo a mais.
Comédias românticas sob a direção de Nancy Meyers
O que as mulheres gostam (2000), Alguém tem que ceder (2003), O amor não tira férias (2006) e Simplesmente complicado (2009) – foram os títulos dirigidos por Nancy com grande sucesso de bilheteria e público, da década de 2000. O importante a destacar é que uma mulher estava dirigindo para outras mulheres.
2010 em diante: novos caminhos para a comédia romântica
A partir de 2010, com a facilidade de ter acesso a filmes através da pirataria ou fazendo downloads; o nascimento dos serviços de streaming, como a Netflix, além da mudança na economia, com recessão e muitos países em crise; os estúdios passaram a apostar em histórias de super-heróis, sempre naquele eterno embate do bem contra o mal.
Outro gênero a ganhar cada vez mais destaque foram os de ficção científica por conta da melhoria cada vez maior nos efeitos visuais, onde muitas vezes os atores contracenam em cenários virtuais.
Séries de TV
Os estúdios também começaram a notar que seriados (pequenos filmes com aproximadamente 40-50 minutos de duração por episódio) eram mais rentáveis. E gêneros de ação e de fantasia caíram no gosto da audiência, que cada vez fica mais em casa para ter diversão.
Netflix
Apesar de alguns pontos contra, a Netflix começou a fazer suas próprias produções de filmes, não somente de suas séries originais Netflix. E começou a investir no gênero de comédias românticas com um olhar voltado ao público teen. A grande aposta é em um jovem ator, Noah Centineo que está em pelo menos quatro produções do gênero comédia romântica da plataforma.
Tendências para o futuro: continue curtindo as comédias românticas!
Livros baseados em comédias românticas assim como aposta em um nome, como no caso de Noah Centineo, provam que o gênero continua a se transformar assim como a indústria cinematográfica evoluiu ao longo do último século.
Não podemos esquecer, claro, que acima das questões envolvendo o avanço nas tecnologias audiovisuais, boas histórias podem fazer com que as comédias românticas estejam entre os filmes preferidos de muitas pessoas. E você, gosta das produções do gênero? Comente aqui embaixo! Compartilhe quais as suas recomendações desse gênero de filme!